O litígio entre Kylian Mbappé e o Paris Saint-Germain (PSG) entrou em mais um capítulo tenso após uma audiência nesta segunda-feira no Conselho de Prud’hommes de Paris.
Mbappé durante passagem pelo PSG — Foto: AFP
No comunicado oficial divulgado pelo clube, a diretoria parisiense aponta que o atacante “agiu de forma desleal” ao ocultar por quase 11 meses sua decisão de não renovar o contrato, “privando o clube de qualquer possibilidade de organizar uma transferência”.
As acusações do PSG
Segundo o PSG, entre julho de 2022 e junho de 2023, Mbappé já teria decidido que não renovaria, mas não teria comunicado oficialmente. Para o clube, essa omissão comprometeu sua capacidade de negociar uma saída lucrativa. No processo, o PSG apresentou provas para sustentar essa versão. No comunicado, eles também afirmam que Mbappé contestou mais tarde um acordo feito em agosto de 2023, que previa uma redução salarial caso ele saísse como agente livre — proposta feita para aliviar a pressão financeira sobre o clube.
O PSG exige de Mbappé 240 milhões de euros (cerca de R$ 1,4 bilhão) por danos e perdas. Parte desse valor (180 milhões de euros) seria pela “oportunidade perdida” de lucrar com a saída do jogador, já que ele saiu gratuitamente; os outros 60 milhões seriam por prejuízos diretos, segundo o clube.
Além disso, o PSG afirma que existiu uma oferta de 300 milhões de euros da Arábia Saudita (segundo o comunicado, vinda em julho de 2023) para adquirir Mbappé, proposta que teria sido recusada por ele antes de confirmar que não renovaria. Se aceita, essa negociação poderia ter gerado uma compensação financeira significativa para o clube.
No comunicado, o PSG também rejeita qualquer acusação de assédio ou pressão sobre o jogador. O clube afirma que Mbappé participou de 94% das partidas oficiais na temporada 2023/24, o que contrastaria com alegações de exclusão ou isolamento.
Reivindicações de Mbappé
Por sua vez, Mbappé exige de volta cerca de 55 milhões de euros, referentes a salários não pagos e bônus, além de reivindicar a requalificação de seu contrato como “indeterminado” — o que, segundo seu lado, conferiria direitos trabalhistas adicionais. (UOL)
Alguns veículos apontam ainda para uma acusação de “assédio moral” por parte de Mbappé contra o PSG, que teria usado práticas como “lofting” (isolamento disciplinar) para pressioná-lo. (UOL)
Desdobramentos judiciais
Em maio de 2025, a Justiça francesa suspendeu a penhora de 55 milhões de euros que Mbappé havia obtido provisoriamente, bloqueando parte das contas do PSG, em meio ao litígio. (UOL Notícias)
Já nesta última audiência, o PSG reforça que buscou por mais de um ano uma solução amigável para a disputa, mas que o jogador “continuou atacando o clube em toda oportunidade”. No documento, o clube invoca princípios como boa-fé, lealdade e respeito à instituição, afirmando que defenderá seus direitos “com rigor”.
Contexto mais amplo
Esse embate judicial ocorre pouco tempo após Mbappé deixar o PSG para assinar com o Real Madrid como agente livre, ao fim de seu contrato. (UOL) A tensão entre ele e o PSG tem sido tratada publicamente e judicialmente, não apenas pelo aspecto financeiro, mas também pela forma como a relação foi conduzida nos últimos meses em Paris.
Vale destacar que a Justiça francesa também abriu uma investigação sobre a denúncia de Mbappé por assédio moral feita contra o PSG. (El País)
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°



