Com alto custo mensal e dívidas pendentes, clube teme que queda para a Série B inviabilize projeto com o craque
Neymar participou normalmente do treino desta terça no Santos — Foto: Raul Baretta/Santos FC
O Santos vive um momento de tensão no Campeonato Brasileiro, e o perigo de um novo rebaixamento pode ter consequências muito além do impacto esportivo. Entre os motivos que fazem o clube lutar com todas as forças para permanecer na elite, um nome se destaca: Neymar.
O retorno do ídolo movimentou as finanças e o ambiente do clube, mas também trouxe desafios. Com um custo mensal de aproximadamente R$ 4,14 milhões, o Santos teria grandes dificuldades para manter o camisa 10 em caso de queda para a Série B. Além da questão financeira, a decisão dependeria também da disposição do jogador em disputar a segunda divisão em um ano pré-Copa do Mundo.
Internamente, o tema “rebaixamento” é tratado como assunto proibido. O discurso no clube é de foco total e seriedade para evitar o que dirigentes chamam de “tragédia esportiva”. Mesmo assim, o Peixe está a apenas dois pontos da zona de descenso, restando oito rodadas para o fim do campeonato.
Pressão financeira
Manter Neymar não é barato. Além dos salários milionários, o Santos ainda precisa lidar com o pagamento de R$ 85 milhões à N&R Sports, empresa responsável pela exploração da imagem do atleta. O valor foi firmado em janeiro e será quitado de forma parcelada até o final de 2026.
Uma eventual queda para a Série B diminuiria drasticamente a arrecadação do clube, tornando difícil não apenas a permanência do craque, mas também a de outros jogadores do elenco. A diretoria teria de reavaliar contratos e renegociar valores — como já aconteceu na Série B anterior, quando nomes como Tomás Rincón aceitaram redução salarial temporária.
Caso queira seguir no clube, Neymar precisaria reduzir seus vencimentos.
Foco na Copa do Mundo
Do ponto de vista esportivo, o rebaixamento também afetaria diretamente os planos pessoais do camisa 10. Para voltar à Seleção Brasileira, sob o comando de Carlo Ancelotti, Neymar precisará estar em alto nível físico e técnico no início do próximo ano. O treinador já teria sinalizado que só convocará o jogador se ele estiver 100% recuperado.
O plano inicial era usar o retorno ao Santos como vitrine para reconquistar espaço na Seleção ainda em 2025. No entanto, as lesões recorrentes e a falta de sequência impediram que esse objetivo fosse atingido até aqui.
Envolvimento da família e novos projetos
Apesar das incertezas, o vínculo emocional de Neymar e sua família com o Santos continua forte. O pai do jogador tem sido presença constante na rotina do clube, participando de reuniões com a presidência de Marcelo Teixeira e de projetos de modernização do CT Rei Pelé e da Vila Belmiro, além de intermediar negociações com a WTorre.
Ele também reformou dois camarotes na Vila Belmiro para receber convidados e usa frequentemente as instalações do clube. Neymar, por sua vez, chegou a manifestar interesse em construir um centro de treinamento e um estádio na Praia Grande, ambos voltados ao Santos — ideias que ainda estão em fase inicial.
A família se adaptou bem ao litoral paulista, e o jogador tem demonstrado satisfação com o ambiente, mencionando em conversas com pessoas próximas que se sente mais em casa do que nos tempos de Arábia Saudita.
Mesmo com o risco de queda, há expectativa de que Neymar e a diretoria sentem para discutir um novo formato de vínculo. O camisa 10 já afirmou internamente que não pretende defender outro clube brasileiro, reforçando o desejo de continuar no Peixe — mas o futuro dependerá, inevitavelmente, do desfecho do Brasileirão.
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°



