Inter mantém gastos acima de R$ 20 milhões por mês com futebol mesmo sob risco de rebaixamento

Escrito em 15/11/2025
Redação Internacional - Jogo de Hoje

Apesar de reformulação no elenco e desempenho abaixo do esperado, clube apresenta folha salarial elevada e enfrenta impacto financeiro por metas esportivas não cumpridas.

 



Inter teve 11 saídas no elenco ao longo da temporada — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional

 


Em meio à crise técnica e ao risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Inter segue operando com uma das folhas salariais mais altas do país. De acordo com dados divulgados no Portal da Transparência do clube, o departamento de futebol consumiu, até setembro, R$ 21,34 milhões por mês em média, totalizando R$ 192.139.183 nos primeiros nove meses da temporada.

Os valores englobam salários de jogadores, comissão técnica, funcionários do departamento, direitos de imagem e encargos trabalhistas. Mesmo com a reestruturação promovida ao longo do ano, o montante segue praticamente no mesmo patamar de 2023, quando foram registrados R$ 21,59 milhões mensais e R$ 194,4 milhões no período equivalente.

A manutenção de gastos elevados chama a atenção porque o clube liberou 11 jogadores durante a temporada, incluindo nomes de peso como Wanderson, Fernando, Valencia e Wesley, todos com vencimentos considerados altos. Ainda assim, a economia obtida com saídas não se refletiu de forma expressiva na folha.

 

 

Impacto das metas esportivas falhadas agrava situação

O cenário financeiro se torna ainda mais delicado diante das metas esportivas não cumpridas. No planejamento para a Copa do Brasil, o Inter projetava ao menos chegar às quartas de final, mas a eliminação precoce nas oitavas gerou um prejuízo estimado em R$ 4,74 milhões.

No Brasileirão, a discrepância entre o planejado e a realidade é ainda maior. A diretoria previa terminar o campeonato dentro do G-6, mas o time ocupa atualmente a 15ª colocação, longe da zona de classificação para competições internacionais. Caso encerre o torneio nessa posição, o clube deixará de receber R$ 18,3 milhões em premiação que estavam previstos no orçamento.

 

Dificuldade para honrar compromissos

A crise financeira também se reflete no dia a dia do vestiário. O Inter acumulou atrasos em pagamentos a clubes referentes a contratações e precisou renegociar direitos de imagem com atletas. Alan Patrick e Mercado comentaram publicamente sobre a situação, embora ambos tenham evitado transformar o tema em foco de crise no elenco. Segundo a diretoria, salários estão regularizados e acordos de imagem foram repactuados.

 

Venda de jogadores é prioridade

Para fechar a temporada, o clube ainda precisa alcançar a meta de R$ 160 milhões em negociações de atletas. Até agora, foram arrecadados R$ 114,5 milhões, deixando uma lacuna significativa a ser preenchida nos próximos meses.

Uma das principais oportunidades de receita pode vir de Luis Otávio, que entrou no radar do Orlando City. O clube norte-americano sinaliza uma proposta de US$ 5 milhões — cerca de R$ 26,5 milhões na cotação atual. Como o Inter detém 70% dos direitos econômicos do volante, a negociação poderia render aproximadamente R$ 18,55 milhões aos cofres colorados.

Com um elenco caro, metas esportivas frustradas e receitas abaixo do planejado, o Inter vive um dos momentos mais sensíveis de sua gestão recente. A combinação entre despesas altas e desempenho esportivo insuficiente acende um alerta sobre o futuro financeiro do clube, especialmente se o risco de rebaixamento seguir aumentando nas rodadas finais do Brasileirão.

 


✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°


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