Camisa 10 marca o gol de número 100 com a camisa tricolor, dá assistência decisiva na vitória sobre o Bahia e fala sobre os ataques sofridos após críticas da torcida
Marco Antonio e Luciano em São Paulo x Bahia — Foto: Guilherme Veiga
O atacante Luciano foi o nome do jogo na vitória do São Paulo por 2 a 1 diante do Bahia, no último sábado (26), no Morumbis. O camisa 10 viveu uma noite especial: marcou o seu centésimo gol pelo clube e ainda deu uma assistência de calcanhar, coroando o triunfo tricolor. Mas o momento de celebração veio acompanhado de um desabafo forte, após o jogador revelar que sofreu ameaças e perseguições fora de campo.
Depois de ter começado no banco na partida anterior, contra o Mirassol, Luciano voltou ao time titular e respondeu em grande estilo. No entanto, o atacante revelou que as cobranças da torcida ultrapassaram os limites esportivos.
— Minha esposa fica com medo e eu fico com medo, porque estou aqui para ajudar. Estou no São Paulo para ajudar. Às vezes não dá certo, mas sou humano, vou errar, não sou jogador perfeito. Só peço para cobrar, me cobre, não entre na parte pessoal da minha família — desabafou o camisa 10 em entrevista após o jogo.
Mesmo com o clima de tensão, Luciano celebrou com emoção a marca histórica dos 100 gols com a camisa tricolor, agradecendo aos companheiros de elenco pelo apoio constante.
— Eu acho que meus companheiros são muito importantes, mesmo quando as coisas não acontecem eles estão ali para me ajudar. Hoje todos, todos, todos, ficaram felizes por essa marca de 100 gols, eu agradeci a eles também, nós comemoramos no vestiário e só tenho a agradecer meus companheiros do fundo do coração — afirmou o atacante.
— Eu tive que falar [no vestiário], abraçar um por um ali, mas por fazer 100 gols, vale qualquer coisa (risos) — completou.
Com o feito, Luciano entrou para a galeria de artilheiros históricos do São Paulo, tornando-se o 20º jogador a alcançar a marca centenária de gols pelo clube. O camisa 10 agora divide espaço com nomes lendários como Friedenreich, Leônidas, Serginho Chulapa, Müller, Raí, França, Luis Fabiano e Rogério Ceni.
Apelidado de “anárquico” por Crespo e de “sinônimo de gol” por Zubeldía, o jogador viveu altos e baixos desde que chegou ao clube, mas sempre demonstrou força para se reerguer. Desta vez, a volta por cima veio após apenas um jogo fora da equipe titular — algo que o técnico minimizou ao explicar suas decisões.
— Tirar um jogador não é algo pessoal, são todas pessoas boas, aqui são todas as pessoas boas, as regras são claras, eles são jogadores e eu tomo as decisões, isso é um fato — explicou Crespo, ao ser questionado sobre a ausência de Luciano no jogo anterior.
— Não tem a ver com não gostar, ou com questões pessoais, acho que o São Paulo é maior do que qualquer jogador, então eu vou de acordo com o jogo — completou o treinador.
Luciano, por sua vez, mostrou maturidade ao comentar sobre o momento. Segundo ele, a concorrência dentro do elenco é saudável e o mais importante é estar pronto quando a oportunidade aparece.
— Treinador dá a oportunidade para todo mundo quando tem jogos em sequência, ele sempre muda a equipe. Temos que saber que tem companheiro que quer jogar e treina para jogar. Ficamos tranquilos. Às vezes não dá para ajudar, hoje graças a Deus pude ajudar e a gente sair com os três pontos — declarou o atacante.
Com a vitória, o São Paulo segue firme na luta por uma vaga na Conmebol Libertadores do próximo ano. O próximo desafio será contra o Vasco, fora de casa, mas o Tricolor não poderá contar com Luciano, suspenso após receber o terceiro cartão amarelo.
Entre vaias e aplausos, o atacante volta a mostrar que é movido por superações. E, diante das adversidades, a mensagem de Luciano ecoa além do campo: “Cobrem o jogador, não a família.”
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°