Presidente interino do Peru impõe medida por 30 dias após onda de manifestações contra a violência; cidade sediará decisão continental no fim de novembro
Estádio Monumental de Lima — Foto: Olavo Guerra / Corinthians
Faltando pouco mais de um mês para a final da Copa Libertadores, a capital peruana, Lima, foi colocada em estado de emergência nesta quarta-feira (22). A decisão foi anunciada pelo presidente interino José Jerí, em meio a uma escalada de protestos e episódios de violência que tomaram as ruas da cidade nas últimas semanas.
A medida terá validade de 30 dias e busca conter a crescente criminalidade e as manifestações populares que exigem ações mais firmes do governo. A determinação acontece às vésperas da partida decisiva do torneio continental, marcada para o dia 29 de novembro, no Estádio Monumental de Lima.
Até o momento, a Conmebol não se pronunciou sobre a situação no Peru e mantém a realização da final na capital. Em 2019, a entidade enfrentou um cenário semelhante, quando teve de transferir a final entre Flamengo e River Plate de Santiago, no Chile, para Lima, devido a uma onda de protestos que paralisou o futebol chileno.
O cenário atual no Peru
Os protestos em Lima se intensificaram nas últimas semanas, especialmente após a morte do rapper Trvko, ocorrida durante um dos atos na última quarta-feira. Manifestantes exigem medidas contra a violência, o fechamento do Congresso, a convocação de uma nova Constituinte e a renúncia de José Jerí.
Jerí assumiu o cargo em 10 de outubro, após o impeachment da então presidente Dina Boluarte, destituída sob acusação de “incapacidade moral”. A ex-líder é investigada por corrupção em diversos casos, incluindo o chamado “Rolexgate”, que apura uma coleção de relógios de luxo não declarados. A destituição foi aprovada de forma unânime pelos 122 parlamentares peruanos.
Os atos populares começaram ainda sob o governo de Dina, em setembro, quando o Executivo propôs uma reforma no sistema de aposentadorias que obrigaria todos os cidadãos acima de 18 anos a aderir a um plano de pensão. A proposta gerou forte rejeição entre os jovens, que passaram a liderar grandes mobilizações nas ruas.
O Peru tem eleições gerais marcadas para abril de 2026, e o presidente interino declarou que pretende manter o calendário eleitoral e entregar o poder ao novo mandatário eleito.
“Defenderei a soberania do país e cumprirei o compromisso de transição democrática”, afirmou José Jerí em pronunciamento recente.
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°